O MERCADO DO GOZO

Mostra Ói Nóis Aqui Traveiz: Jogos de Aprendizagem com O MERCADO DO GOZO

Exrcicío Cenico O Mercado do Gozo estreia dia 30 de Novembro - 2011

 

O MERCADO DO GOZO

O Mercado do Gozo, exercício cênico da Oficina Popular de Teatro do Bairro Humaitá, estreia dia 30 de novembro, quarta-feira, às 20 horas, na Terreira da Tribo, Rua Santos Dumont 1186.  O Mercado do Gozo faz parte da Mostra Ói Nóis Aqui Traveiz: Jogos de Aprendizagem e realizará apresentações de quartas às sextas-feiras até o dia 9 de dezembro, com entrada franca. A montagem é resultado da Oficina realizada pela Terreira da Tribo, no bairro Humaitá, dentro do Projeto Teatro Como Instrumento de Discussão Social, com o Patrocínio da Petrobras e apoio do Grêmio Esportivo Ferrinho.

Em O Mercado do Gozo, de autoria de Sérgio de Carvalho e da Companhia do Latão, encontramos o ambiente de acirramento das tensões sociais no Brasil de 1917. O pano de fundo é composto pelos movimentos operários e pelo avanço da massificação mercantil. No primeiro plano, a crise vivenciada pelo herdeiro de uma tecelagem Burgó, arredio a ocupar o cargo de seu falecido pai frente à fabrica, leva-o a mergulhar no universo dos bordéis e das drogas. O sentimento de náusea provocado pela presença incômoda dos operários mal vestidos e a iminência de um cargo que, aparentemente, não interessa a Burgó, promove o encontro com Rosa Bebé, Cafifa e Maria Getúlia, as três prostitutas do cafetão Bubu. O espectador é conduzido por um caminho que suspende as fronteiras espaciais que separam a fábrica do bordel, o operário da prostituta e, por fim, o dono de fábrica do cafetão. O Mercado do Gozo demonstra com extremo rigor a constituição do terreno sobre o qual germina a matéria-prima da prostituição e de sua exploração em escala industrial, isto é, a indústria cultural, aqui exposta em sua componente cinematográfica. A peça expõe os mecanismos de composição da imagem industrializada e seu equivalente na produção de bens de consumo de massa, que se alimentam do repertório do melodrama. Na condição de figurantes de um filme e da história como um todo, os espectadores acompanham a difícil construção de uma figura de herdeiro burguês, muito recalcitrante, que aprende, a golpes de drogas, experimentos eróticos e bons exemplos de outros empreendedores, a tomar conta dos seus interesses. Quanto ao filme, no qual o público participa como figurante, este conta a história de uma prostituta que, ao tentar escapar do controle de seu proprietário, acabou desfigurada e entregue à luta pela sobrevivência na rua. A mensagem do filme, legítimo produto da indústria cultural, é clara: no mundo da mercadoria, o pior que pode acontecer a alguém é não ser mercadoria. Participam da montagem Leila Carvalho, Mayura Matos, Paola Mallmann, Eugênio Barboza, Glaudinei Veber e Jacques Borges, com coordenação de Paulo Flores.

Ói Nóis Aqui Traveiz: Jogos de Aprendizagem é uma mostra do processo   pedagógico colocado em prática pela Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo através das encenações teatrais criadas no último ano nas oficinas coordenadas pelos atuadores da Tribo. Com uma experiência desenvolvida há vinte e sete anos com Oficinas Populares de Teatro, a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz propõe através dessa mostra o debate sobre a formação do ator em seus aspectos éticos e estéticos. O Ói Nóis Aqui Traveiz, que constituiu em 2000 a Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo, acredita na importância da função social do artista, e pretende que essa formação favoreça a emergência do artista competente não apenas no seu ofício, mas também preocupado com o seu desempenho como cidadão.

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