Campeões do Mundo – Dias Gomes

Escrita por Alfredo de Freitas Dias Gomes em 1979 e encenada no dia 4 de novembro de 1980 no teatro Vila Lobos no Rio de Janeiro. Campeões do Mundo teve uma importância fundamental na história do teatro brasileiro, por ter sido a primeira peça a fazer um balanço da situação política entre os anos de 1964 e 1979 com inteira liberdade, sem utilizar de metáforas e alusões para iludir a censura.
Essa discussão aberta sobre temas essenciais coloca a peça de Dias Gomes numa posição diferenciada na dramaturgia nacional o que lhe proporciona ampla empatia e interesse.
Campeões do Mundo expõe diferentes pontos de vista discutindo através de seus personagens e acontecimentos o valor da ação de guerrilha.
Ribamar, que abandona a carreira de publicitário alegando ser uma questão de consciência, volta ao Brasil após um exílio de nove anos e encontra Tânia junto a um grupo de manifestantes que o esperam no aeroporto. Eles são os dois únicos remanescentes do grupo, que anos antes, seqüestrou um embaixador norte americano reivindicando a libertação de quarenta presos políticos.
A peça alterna momentos anteriores e presentes ao seqüestro, até momentos presentes e posteriores a volta do exílio. O seqüestro ocorre paralelamente a Copa do Mundo de 1970, fato que inspira o título da peça.
Tânia é filha de Frederico Müller, empresário que apóia o regime militar, o que resulta em um grande conflito entre os dois, já que Tânia identifica-se com a causa revolucionária.
Tânia e Ribamar unem-se a Carlão e Mário (Velho). Carlão tem uma postura mais radical a ponto de ir até as últimas conseqüências. Já Mário, apesar de determinado tem um ar de tranqüilidade e inspira confiança, aparenta pouco mais de cinqüenta anos, é casado, pai de dois filhos. Diz-se cansado de teorias revolucionárias e após tantos anos decidiu vivê-las na prática.
Os quatro seqüestram o embaixador americano, um homem aparentemente tranqüilo, que mostra-se preocupado ao decorrer das negociações, é um homem com problemas cardíacos.
Os guerrilheiros levam o embaixador para um apartamento e iniciam o processo de negociações com o governo. O período de negociações é tenso: há diferenças entre Carlão e Ribamar. Ao longo do seqüestro, desenrolam-se uma série de diálogos onde ficam evidenciados os conflitos dos personagens.
Policiais rondam o apartamento (aparelho revolucionário), fingindo serem vendedores. O cerco aos poucos vai se fechando. Ouve-se o som de um helicóptero, ha um clima de tensão. Ribamar e Carlão discutem porque Carlão força Ribamar a atirar no embaixador. Mário (velho) acalma os dois quando Tânia os chama para verem as imagens na televisão que mostram os presos embarcando para a Argélia.Todos ficam eufóricos, inclusive o embaixador.
Ribamar e os outros fogem separados.
Carlão aparece morto numa sala de torturas.Mário (velho) é assassinado na frente da sua esposa.
A peça encerra após um diálogo de Tânia e Ribamar, ao som do hino “Pra frente,Brasil”

Cleber Vinícius dos Santos

3 Respostas to “Campeões do Mundo – Dias Gomes”

  1. Bruna Akemimi Says:

    Obrigadaaaaaaaaa pelo resumoo!!! Me ajudouu muito num trabalho escolar! Obrigada mesmoo, tava desesperada o livro ta esgotado em todas as livrarias de onde moro e uma perto daqui…

    • sagradocacete Says:

      Pô bacana Bruna Akemimi, saber que o Blog esta servindo para seu proposito inicial que possibilitar a trocar dos diferentes pontos de vista sobre diferentes obras do Teatro, dramaturgia, grupo e linguagens na qual oficinando e educadores estavam frequentemente discutindo. E fazer do Blog (Sagradocacete) uma canal mais e socializar, compartilhar os trabalho desenvolvidos na Escola de Formação de Atores 2009 – 2010 – Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo de Atuadores Ói Noís Aqui Traveiz, divulga tem bastante coisa, as agendas da Cidade, Oficinas de Teatro, Palestras e semnário festivais e logo vai estar abrindo as incrições para a nova turma…

  2. André Gorga Says:

    Eu assisti essa peça no dia da estréia. O Dias Gomes estava presente e conversou com o público, no hall do teatro, no intervalo da peça. Haviam 2 palcos móveis que foram utilizados para encenar as narrativas do passado. Conforme os protagonistas lembravam, as cenas se passava ao fundo, nos palcos que “entravam” em cena. Eu estava de passaem pelo Rio e ganhei o convite de um amigo. Inesquecível.

Deixe um comentário