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Uma públicação de Jorge Arias no Jornal El República do Uruguai sobre os Melhores do 18º Festival Internacional Porto alegre em Cena

Posted in Festival POA, Caxias Em Cena, Viúvas performace sobre Auséncia on 1 de outubro de 2011 by sagradocacete

REGIÃO. DA REPÚBLICA EM Festival Internacional de Teatro DE PORTO ALEGRE

Critico de Teatro Uruguaio

O melhor poderia ser o fim

Um vinho de sobremesa, muito melhor do festival. “Numa Noite Suja Dois perdidos”, “Viúva”, “Agreste Malvarosa”, “Tape Última Krapp” e “Medea”, compõem o quadro de honra, juntamente com vários cantores.

JORGE ARIAS

Robert Wilson. O homem do Renascimento em “A última fita”.

“Agreste Malvarosa” Newton (***), Moreno, Ana Teixeira e Stephane Brodt endereço (Rio de Janeiro), no estilo clássico das melhores realizações de Peter Brook e sua altura é tão original, cometido, presentes e sóbria como o magistral “Kabul”, apenas Ana Teixeira, que honrou o festival de 2010. A questão da inferioridade social e sexual das mulheres, com coragem apostólica e sem espalhafato. Encenação ritmo exato e interpretação brilhante de Millena Ramallo e Barros Rosana. (22 set).

“Bethânia e As Palavras” (*) por Maria Bethânia (Rio de Janeiro). Mistura conhecida de recitação e canto de Maria Bethânia, que é a literatura que Liberace ou Kalender príncipe foi para a música. Poemas de Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade e um fragmento de “caminhos de Grande Sertão” que é atribuída a Riobaldo e Diadorim são dois homens, adornam suas melodias. (22 set.).

“Sua incelencia Richard III” (*), (Rio Grande do Norte). Como de costume no Galpão grupo, que pertence ou pertenceu ao diretor Gabriel Villela, sem cor, música, movimento e máscaras, o mesmo em Shakespeare e Molière. Ricardo está aqui muito mais músico, cantor, dançarino e palhaço assassino perigoso. Quase desde o início estamos ansiosos para oferecer imortal “Meu reino por um cavalo!” (23 set).

“Une flûte Enchantee” (**), Mozart (França). O diretor Peter Brook (86 anos), chegamos a um ano e meio, oito cantores e uma pianista para compor um show original, simples e complexas na época, cantando bem e música. Com o humor cenário, iluminação e delicada perfeito que é sua marca registrada. Em algum momento o ritmo parecia ficar e perder o espírito de Mozart.

“As mulheres da Espanha” é o título (***), a apresentação do cantor espanhol Estrella Morente, flamenco cantando esplêndido exemplo de puro, austero e refinado, acompanhada por guitarristas que também são cantores e bailarinos qualificados. Fechou sua performance com o tango “Volver”, de Gardel e Le Pera, que a tornou famosa voz duplicação Penelope Cruz no filme do Almodóvar mesmo nome, repetido ad nauseam e mal cantado.

“Krapp “(***), última fita (Itália – EUA), de Samuel Beckett, cenário, iluminação, atuação e direção de um homem da Renascença (artista, escultor, pintor, dramaturgo, coreógrafo e arquiteto sonoplástico paradoxalmente nascido no Texas, em 4 de outubro de 1941), chamado Robert (ou Bob) Wilson. O brilho das facetas incontáveis ​​de sua personalidade artística, o espírito discretamente visível ilumina um partido ligado ao texto e com perfeição incrível.

“Medéia” de Eurípides (***),, dirigido por Jean Louis Martineli (Burkina Faso), somos informados de que está definido em um campo de refugiados Africano e os refrões são canções ritual da África, mas o patrão não há Eurípides grego muito bem atendidos por um elenco competente para uma atriz de destaque que estrelou como Medéia.

O festival de teatro dobrou com um gourmet de facto mini-festival, que sublinhou no primeiro nível, a cozinha requintada de Bah e Imprensa (Barra Shopping Sul Hilário Ribeiro 281, cozinha internacional) Al dente (Mata Bacelar 210. Pastas) Iaiá (Chavantes 636, comida baiana). Enquanto em Porto Alegre perdeu uma visita, pelo menos, grelhar Barranco (Protásio Alves 1578, excelente “caipiroska”), especialmente quando o tempo para jantar sob as árvores do jardim é inesquecível ea atmosfera artística do Atelier de Massas (Brook 1482), que, à noite, resiste bravamente à degradação ambiental da cidade

Crônicas da Cena Em busca da essência

Posted in Festival POA, Caxias Em Cena, Performance e Politica, Viúvas performace sobre Auséncia on 25 de setembro de 2011 by sagradocacete

CACO COELHO

Num período muito recente, todos, ou quase todos os países latino-americanos foram vítimas de ditaduras militares. Foi uma orquestração feita pelos Estados Unidos da América, receosos do perigo vermelho que avançava sobre Cuba e, do qual, comungavam muitos outros países. Nunca foi aceito este desejo de libertação latino. O mundo se dividia numa balança entre capitalistas e socialistas. Pouco tempo resistiu à questão ideológica, logo, o que estava em jogo, era o poder de dominação. Coube aos EUA o domínio estratégico do continente. Dessa forma, as democracias foram sendo implodidas, uma a uma, até o estabelecimento total de uma nova política que se punha a serviço de calar vozes e desejos. As ditaduras, então, praticaram, todas elas, atos horrendos. O mais cruel deles todos é a brutalidade que conterrâneos praticaram contra conterrâneos, torturando, matando e, em alguns casos, omitindo inclusive o destino dos corpos daqueles que foram assassinados. São os desaparecidos, que, diante de muitos aspectos, continuam pesando, como se fosse uma morte sem fim. Tudo o mais na vida pode ser compreendido e aceito, a morte não. Nada possui a capacidade de traduzi-la, apenas a dor. Cantar esta dor foi uma das maneiras como os nossos ancestrais indígenas suavizaram estas perdas.

 

Novidade no Porto Alegre Em Cena, a Mostra Petrobras apresenta espetáculos de companhias que são subsidiadas para que possam desenvolver suas atividades de modo contínuo. Sem este tipo de incentivo, dificilmente poderemos recuperar o valor de significação que tem o passado, permaneceremos ao dispor de atos como os que foram cometidos pelos ditadores. O Oi Nóis Aqui Traveiz apresenta viúvas, performance sobre a ausência, a partir do texto do latino-americano Ariel Dorfman. A apresentação é na Ilha do Presídio, patrimônio histórico, ambiental e cultural do Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo, completamente abandonada. A travessia do Guaíba, a sensação rente à água, o balanço imperceptível das ondas feitas pelo barco que singra o rio em destino à ilha, acelera o mergulho em reminiscências. Abre as comportas daquilo que, muitas das vezes, está recalcado, gravado bem fundo. A performance da atriz Tânia Faria, diante daquelas dez celas – que prenderam e torturaram contemporâneos nossos – querido Carlos Teixeira de Ré, que partiu – vai buscar lá dentro, na essência mais profunda a revelação do ser.

O Amargo Santo da Purificação no 13º Caxias em Cena

Posted in Festival POA, Caxias Em Cena on 23 de setembro de 2011 by sagradocacete

O Amargo Santo da Purificação no 13º Caxias em Cena

20-09-2011 A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz participa do 13º Festival Caxias em Cena, com o espetáculo “O Amargo Santo da Purificação – Uma Visão Alegórica e Barroca da Vida Paixão e Morte do Revolucionário Carlos Marighella”.

Data: 25 de setembro – domingo
Horário: 16h
Local: Parque Getúlio Vargas (Macaquinhos)

A encenação coletiva para Teatro de Rua conta a história de Carlos Marighella,
herói popular que os setores dominantes tentaram banir da cena nacional durante décadas. A dramaturgia elaborada pela Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz parte dos poemas escritos por Marighella que transformados em canções são o fio condutor da narrativa. Utilizando a plasticidade das máscaras, de elementos da cultura afro-brasileira e figurinos com fortes signos, a encenação cria uma fusão do ritual com o teatro dança.
Através de uma estética ‘glauberiana’, o Ói Nóis Aqui Traveiz traz para as ruas da cidade uma abordagem épica das aspirações de liberdade e justiça do povo brasileiro.

O Caxias em Cena é um festival de artes cênicas que – desde sua primeira edição, em 1999, por meio de uma parceria com o Porto Alegre em Cena – vem se consolidando como um importante evento artístico-cultural do país, que ganhou caráter internacional diante da significativa participação de grupos de teatro, dança e música de países da América do Sul e Europa.

O Festival traz, anualmente, espetáculos de importantes grupos e artistas, nacionais e internacionais, para os públicos infantil, juvenil e adulto. Sua principal marca é a pluralidade.

O 13º Caxias em Cena acontecerá de 13 a 25 de setembro de 2011, apresentando espetáculos da Bahia (02), Minas Gerais (01), Pernambuco (01), Rio de Janeiro (03), Rio Grande do Sul (12), Santa Catarina (01) e São Paulo (05), além de artistas do Uruguai e Colômbia. Serão 28 espetáculos, com aproximadamente 33 apresentações ao longo de 13 dias de intensa programação. Além dos espetáculos, serão realizadas duas oficinas direcionadas a artistas locais, iniciantes e experientes.

A programação completa está disponível no site http://www.caxias.rs.gov.br

Mais informações pelo telefone (54) 3901.1316, na Unidade de Teatro da Secretaria Municipal da Cultura.

Contato:
Paula Carvalho
paula.terreira@gmail.com
8417 93 10

Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
terreira.oinois@gmail.com
3286 57 20 / 9999 45 70

Encontros – Festival Internacional Porto Alegre em Cena 18º com Ói Nóis Aqui Traveiz VIÚVAS com Paulo Flores e Tânia Farias com mediação do Jornalista Valmir Santos

Posted in Festival POA, Caxias Em Cena, Performance e Politica, Viúvas performace sobre Auséncia on 21 de setembro de 2011 by sagradocacete

Jorge Arias e o Padrinho do 18º Festival Porto Alegre em Cena, Maravilha!

Posted in Festival POA, Caxias Em Cena on 20 de setembro de 2011 by sagradocacete

JORGE ARIAS, O PADRINHO

Quando conversamos sobre quem deveria ser o padrinho (ou madrinha) do 18º Porto Alegre em Cena, comentei com o Secretário Sérgius Gonzaga minha vontade de homenagear alguém da imprensa, para, com tal gesto, reconhecer publicamente toda a inestimável contribuição que, ano após ano, esses profissionais prestam ao festival. Sem o respaldo desses parceiros importantíssimos, tenho certeza de que o festival não teria chegado aonde chegou. Sérgius deixou que eu terminasse minha frase e, sem pestanejar, me disse: “Jorge Arias, o maior crítico teatral da América do Sul.”

Olhei para ele sorrindo de orelha a orelha.  Não poderia haver escolha mais adequada para unir nossa intenção e gesto. Difícil, para muitos, será acreditar que a escolha de Jorge não foi minha. Porque todos sabem da estreita ligação que me une a ele, a quem carinhosamente chamo de “papá”. A história da relação dos Arias com o festival, aliás, merece ser contada aqui.  Sim, “os” Arias – porque é impossível falar de Jorge sem mencionar sua Irene, com quem está casado há mais de quarenta anos. Jorge, que nasceu em Montevidéu no dia 19 de abril de 1931, aos oitenta anos de idade é um exemplo de vida para todos nós. Do menino que recebeu suas primeiras lições no “Colegio Del Sagrado Corazòn de los Jesuítas”, ao estudante que renunciou ao curso de Engenharia (1948) para estudar Direito ( 1949 ), sua trajetória é marcada por premiações e reconhecimentos públicos. No longínquo ano de 1956, ganha um concurso literário da revista “Marcha” e é, então, chamado a colaborar com a publicação, como crítico literário. Em 1969, publica seu primeiro livro de poesias, “Piedras de Toque”, seguidos de “Piedras Libres”, “Piedras de Canto” e “Piedras de Pie”. Em 1986, começa sua carreira de crítico teatral na revista “Brecha”, de onde migra, em 1988, para o “La Republica”, um dos principais jornais uruguaios, onde exerce sua função até hoje.

Jorge é um divulgador extraordinário do “Em Cena”, desde a terceira edição do festival. Seu amor ao teatro brasileiro e à gente de Porto Alegre o levou, inclusive, a retomar o estudo de Português, idioma que, agora, domina com propriedade e requinte.

Por indicação de Javier Grossmann, produtor argentino e nosso parceiro seminal, convidei jornalistas uruguaios para conhecer o festival e estreitar laços com Montevidéu, cidade tão apreciada pelos gaúchos. Jorge e Irene, com o entusiasmo e a animação amorosa que lhes caracterizam, desde o primeiro dia, cativaram a todos. Eu, como bom geminiano, num tempo em que a produção do festival não exibia tanta presteza e organização, corria de um lado para o outro, tentando receber e dar atenção a todos, sem me fixar nos nomes dos meus interlocutores. Um dia, no bar do Renascença, tomava um café com aquela dupla encantadora enquanto Irene me falava maravilhas do festival, lamentando apenas não ter encontrado o coordenador do festival Luciano Alabarse. Às gargalhadas, lhe disse que ele estava mais perto do que ela imaginava. Me apresentei e fui imediatamente adotado como filho querido do casal. Quando “papá” e “mamã” foram para a rodoviária, de volta à sua cidade amada, os acompanhei e, nessa ocasião, se ofereceram para colaborar com qualquer assunto artístico que envolvesse o Uruguai. Graças a eles e sua colaboração, pouco tempo depois fui até lá e muitos dos projetos de integração daquela época tiveram êxito além do esperado. Fui apresentado à classe teatral uruguaia, com a qual tenho até hoje uma relação muito próxima, de carinho e admiração. A aproximação cênica Montevidéu/Porto Alegre, sem dúvida, deve muito a eles, admiradores incondicionais do teatro gaúcho. Jorge e Irene amam Porto Alegre com um amor desinteressado, entusiasmado e contagiante. Nesses anos todos, se tornaram íntimos não só do festival e da cidade, mas da produção dos nossos principais grupos teatrais. A relação mais emblemática se dá com o “Oi Nóis Aqui Traveiz”. Paulo, Tânia e todo o grupo podem testemunhar a importância de Jorge, hoje um colaborador habitual da “Cavalo Louco”, a revista do grupo. Jessé Oliveira, o Caixa Preta, Luiz Paulo Vasconcellos, eu mesmo, tantos outros, temos nossos trabalhos dissecados em comentários críticos exemplares, dando respaldo internacional à produção teatral gaúcha, num trabalho de divulgação generoso e impagável.

Crítico culto, preparado, autônomo e parceiro, Jorge, com educação e refinamento, diz exatamente o que pensa sobre uma obra de teatro. Mas nunca usa palavras grosseiras, nem se coloca no centro de seus comentários. Mesmo assim, como todo crítico, seu trabalho no “La Republica” desperta controvérsias variadas. Ele sabe que isso faz parte de sua profissão e não se abala. Graças a Jorge e Irene, uma rede de amigos uruguaios divulga nosso festival em Montevidéu como se fossem membros efetivos da equipe. Mário Morgan, Sérgio Púglia, Gabriela Irribaren, Walter Reyno e Patrícia Yosi, entre outros, funcionam como nossos embaixadores informais, facilitando uma rede de integração entre nossas cidades, de suma e renovada importância. Já não se trata de acordos inócuos ou protocolos variados, mas a vida mesma alcançando a realidade que todos nós almejamos. Somos conhecidos lá e os uruguaios são conhecidos aqui.

Graças a Deus, a indicação do Jorge para padrinho do festival foi mesmo do Sérgius. Jorge, aliás, já recebeu dois troféus da Secretaria Municipal de Cultura: um Troféu Açorianos Especial (1999) e o Prêmio Guilhermino César (2010). O afeto imenso, a gratidão e a minha proximidade “familiar” com os Arias me impediriam de sugerir o seu nome, por mais que ele merecesse, para que alguém não viesse a me acusar de um nepotismo involuntário. Não tenho dúvida, porém, de que o 18º Porto Alegre em Cena ganhou o melhor padrinho possível e estou feliz e orgulhoso com sua indicação.
LUCIANO ALABARSE